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Prebenda pastoral: o que é, como calcular e como fazer em 2025

Quando falamos de igrejas e a manutenção de seus líderes espirituais, surge um conceito muito importante chamado Prebenda Pastoral

Mas o que exatamente é isso? É preciso pagar impostos? Como calcular? 

Se você faz parte da liderança de uma igreja ou está organizando a área administrativa de um ministério, entender esses detalhes é necessário para evitar problemas legais e trazer a transparência da gestão.

O que é Prebenda Pastoral?

A prebenda pastoral é o valor que a igreja concede ao pastor para a sua subsistência, em reconhecimento ao seu serviço espiritual à comunidade. 

Ela não deve ser confundida com salário do pastor, porque o vínculo entre a igreja e o pastor não é de natureza empregatícia, mas ministerial e espiritual.

Por isso, diferente de um empregado registrado na CLT, o pastor não tem direito a férias remuneradas, 13º salário, FGTS ou horas extras. Ele atua por vocação, não por um contrato de trabalho.

A prebenda também pode ser chamada de:

  • Sustento Pastoral;
  • Proventos Ministeriais;
  • Côngua;
  • Múnus Eclesiástico.

Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: certificar que o pastor tenha condições financeiras para se dedicar integralmente ao ministério.

Como funciona a contribuição previdenciária da prebenda pastoral?

Embora não seja um empregado, o pastor é enquadrado como Contribuinte Individual da Previdência Social

Isso quer dizer que ele precisa pagar sua contribuição ao INSS por conta própria, para ter acesso a direitos como aposentadoria e auxílio-doença.

Veja como funciona:

  • Quem recolhe: o próprio pastor;
  • Alíquota: 20% sobre o valor que ele declarar como renda, limitado entre o salário-mínimo e o teto previdenciário;
  • Como pagar: usando a GPS (Guia da Previdência Social), com o código específico de Contribuinte Individual.

A igreja não desconta INSS do pastor e não recolhe a parte patronal sobre a prebenda.

A prebenda pastoral paga Imposto de Renda?

Sim. Apesar das igrejas gozarem de imunidade tributária, essa imunidade não se estende aos rendimentos recebidos pelos seus ministros.

O pastor que recebe prebenda precisa considerar esses valores para fins de Imposto de Renda. A igreja, por sua vez, deve:

  • Reter o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) de acordo com a tabela progressiva mensal da Receita Federal;
  • Recolher o valor por meio do DARF;
  • Informar esses pagamentos na DIRF anual.

O valor base para calcular o IR é o somatório de tudo o que a igreja disponibiliza para o pastor:

  • Prebenda mensal;
  • Ajuda de custo para moradia (quando não há contrato em nome da igreja);
  • Plano de saúde;
  • Seguro de vida;
  • Auxílio alimentação, transporte etc.

Como calcular a prebenda pastoral corretamente?

1. Defina o valor mensal

A igreja deve estabelecer um valor fixo mensal para a prebenda pastoral, considerando o tamanho da congregação e sua capacidade financeira. 

Esse valor deve ser suficiente para o sustento digno do ministro.

Exemplo: Prebenda mensal definida: R$ 6.000,00.

2. Considere os benefícios concedidos

Se o pastor recebe plano de saúde, aluguel, auxílio transporte, tudo isso compõe a base para o IR.

Exemplo:

  • Prebenda: R$ 6.000,00
  • Aluguel pago pela igreja: R$ 1.200,00
  • Plano de saúde: R$ 500,00
  • Total para IRRF: R$ 7.700,00

3. Faça a retenção do IRRF

Use a tabela progressiva mensal da Receita Federal. Considere também:

  • Desconto da contribuição individual ao INSS.
  • Desconto por dependentes (se houver).

Simulação simplificada:

  • Valor bruto: R$ 7.700,00
  • Desconto INSS (teto máximo em 2025): R$ 877,24
  • Base de cálculo: R$ 6.822,76
  • Imposto devido conforme tabela progressiva (exemplo 27,5%).

4. Emita recibo de pagamento

Cada valor pago deve ser formalizado por recibo assinado pelo pastor, com descrição do valor bruto, descontos e valor líquido recebido.

5. Informe corretamente na DIRF

A igreja deve incluir os valores pagos e o imposto retido na Declaração do Imposto Retido na Fonte (DIRF) enviada anualmente à Receita Federal.

Cuidados extras com a prebenda pastoral

  • Nunca chame de salário: isso pode caracterizar vínculo empregatício.
  • Nunca relacione o valor da prebenda à quantidade de cultos ou atividades: isso descaracterizaria o ministério espiritual.
  • Não obrigue o pastor a emitir nota fiscal: ele não é prestador de serviços, é ministro religioso.
  • Mantenha documentação contábil organizada: atas, estatutos, registros de pagamentos.

Como administrar a prebenda pastoral?

A prebenda pastoral é uma forma justa e necessária de reconhecer o trabalho do ministro do evangelho. 

Porém, como qualquer movimentação financeira de uma instituição religiosa, ela precisa ser feita com zelo, transparência e observância à legislação.

É preciso  calcular corretamente as contribuições previdenciárias e o imposto de renda e prestar contas corretamente.

Como a Pontes Contabilidade ajuda na  gestão contábil e financeira da sua igreja

A Pontes Contabilidade é referência no atendimento a igrejas e ministérios em todo o Brasil. 

Dessa forma, com uma equipe especializada no segmento religioso, oferecemos:

  • Assessoria completa para a regularização de igrejas;
  • Apoio na definição e formalização da prebenda pastoral;
  • Planejamento tributário para instituições religiosas;
  • Emissão de documentos obrigatórios (recibos, DIRF, GPS);
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Foto de Márcio Pontes

Márcio Pontes

Marcio Pontes é contador (CRC SP 173.869/O-3) com mais de 30 anos de experiência. Sócio da Pontes Contabilidade, especializou-se em contabilidade para igrejas e negócios locais.

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