Quando falamos de igrejas e a manutenção de seus líderes espirituais, surge um conceito muito importante chamado Prebenda Pastoral.
Mas o que exatamente é isso? É preciso pagar impostos? Como calcular?
Se você faz parte da liderança de uma igreja ou está organizando a área administrativa de um ministério, entender esses detalhes é necessário para evitar problemas legais e trazer a transparência da gestão.
O que é Prebenda Pastoral?
A prebenda pastoral é o valor que a igreja concede ao pastor para a sua subsistência, em reconhecimento ao seu serviço espiritual à comunidade.
Ela não deve ser confundida com salário do pastor, porque o vínculo entre a igreja e o pastor não é de natureza empregatícia, mas ministerial e espiritual.
Por isso, diferente de um empregado registrado na CLT, o pastor não tem direito a férias remuneradas, 13º salário, FGTS ou horas extras. Ele atua por vocação, não por um contrato de trabalho.
A prebenda também pode ser chamada de:
- Sustento Pastoral;
- Proventos Ministeriais;
- Côngua;
- Múnus Eclesiástico.
Em todos os casos, o objetivo é o mesmo: certificar que o pastor tenha condições financeiras para se dedicar integralmente ao ministério.
Como funciona a contribuição previdenciária da prebenda pastoral?
Embora não seja um empregado, o pastor é enquadrado como Contribuinte Individual da Previdência Social.
Isso quer dizer que ele precisa pagar sua contribuição ao INSS por conta própria, para ter acesso a direitos como aposentadoria e auxílio-doença.
Veja como funciona:
- Quem recolhe: o próprio pastor;
- Alíquota: 20% sobre o valor que ele declarar como renda, limitado entre o salário-mínimo e o teto previdenciário;
- Como pagar: usando a GPS (Guia da Previdência Social), com o código específico de Contribuinte Individual.
A igreja não desconta INSS do pastor e não recolhe a parte patronal sobre a prebenda.
A prebenda pastoral paga Imposto de Renda?
Sim. Apesar das igrejas gozarem de imunidade tributária, essa imunidade não se estende aos rendimentos recebidos pelos seus ministros.
O pastor que recebe prebenda precisa considerar esses valores para fins de Imposto de Renda. A igreja, por sua vez, deve:
- Reter o IRRF (Imposto de Renda Retido na Fonte) de acordo com a tabela progressiva mensal da Receita Federal;
- Recolher o valor por meio do DARF;
- Informar esses pagamentos na DIRF anual.
O valor base para calcular o IR é o somatório de tudo o que a igreja disponibiliza para o pastor:
- Prebenda mensal;
- Ajuda de custo para moradia (quando não há contrato em nome da igreja);
- Plano de saúde;
- Seguro de vida;
- Auxílio alimentação, transporte etc.
Como calcular a prebenda pastoral corretamente?
1. Defina o valor mensal
A igreja deve estabelecer um valor fixo mensal para a prebenda pastoral, considerando o tamanho da congregação e sua capacidade financeira.
Esse valor deve ser suficiente para o sustento digno do ministro.
Exemplo: Prebenda mensal definida: R$ 6.000,00.
2. Considere os benefícios concedidos
Se o pastor recebe plano de saúde, aluguel, auxílio transporte, tudo isso compõe a base para o IR.
Exemplo:
- Prebenda: R$ 6.000,00
- Aluguel pago pela igreja: R$ 1.200,00
- Plano de saúde: R$ 500,00
- Total para IRRF: R$ 7.700,00
3. Faça a retenção do IRRF
Use a tabela progressiva mensal da Receita Federal. Considere também:
- Desconto da contribuição individual ao INSS.
- Desconto por dependentes (se houver).
Simulação simplificada:
- Valor bruto: R$ 7.700,00
- Desconto INSS (teto máximo em 2025): R$ 877,24
- Base de cálculo: R$ 6.822,76
- Imposto devido conforme tabela progressiva (exemplo 27,5%).
4. Emita recibo de pagamento
Cada valor pago deve ser formalizado por recibo assinado pelo pastor, com descrição do valor bruto, descontos e valor líquido recebido.
5. Informe corretamente na DIRF
A igreja deve incluir os valores pagos e o imposto retido na Declaração do Imposto Retido na Fonte (DIRF) enviada anualmente à Receita Federal.
Cuidados extras com a prebenda pastoral
- Nunca chame de salário: isso pode caracterizar vínculo empregatício.
- Nunca relacione o valor da prebenda à quantidade de cultos ou atividades: isso descaracterizaria o ministério espiritual.
- Não obrigue o pastor a emitir nota fiscal: ele não é prestador de serviços, é ministro religioso.
- Mantenha documentação contábil organizada: atas, estatutos, registros de pagamentos.
Como administrar a prebenda pastoral?
A prebenda pastoral é uma forma justa e necessária de reconhecer o trabalho do ministro do evangelho.
Porém, como qualquer movimentação financeira de uma instituição religiosa, ela precisa ser feita com zelo, transparência e observância à legislação.
É preciso calcular corretamente as contribuições previdenciárias e o imposto de renda e prestar contas corretamente.
Como a Pontes Contabilidade ajuda na gestão contábil e financeira da sua igreja
A Pontes Contabilidade é referência no atendimento a igrejas e ministérios em todo o Brasil.
Dessa forma, com uma equipe especializada no segmento religioso, oferecemos:
- Assessoria completa para a regularização de igrejas;
- Apoio na definição e formalização da prebenda pastoral;
- Planejamento tributário para instituições religiosas;
- Emissão de documentos obrigatórios (recibos, DIRF, GPS);
- Consultoria permanente para manter sua igreja 100% em conformidade.
Entre em contato com a Pontes Contabilidade e solicite um orçamento de contabilidade para igrejas!